domingo, 30 de abril de 2017

ENCHENTE VIRA DIVERSÃO EM AFUÁ

Na única cidade do mundo sobre palafitas, Afuá, as águas invadem o solo e algumas ruas e produz um fenômeno único e lindo de se ver.

Bom, se você não mora na cidade paraense de Afuá ou nunca a visitou nesse período, ao ver a imagem acima você pode pensar que aconteceu uma tragédia. Calma! Continue lendo...

Mesmo com a chuva abaixo da média nos meses de março e abril, o nível do rio Afuá subiu bastante e alagou boa parte da cidade.

Este fenômeno é cientificamente chamado de maré de sizígia e sempre coincide com a Lua cheia e nova, produzindo marés mais altas. Mas em Afuá é chamado de maré lançante. A cidade é baixa em relação ao nível do mar e está situada em uma área de várzea, por isso foi construída sobre palafitas para escapar das cheias dos rios.


O solo da cidade sofre constantes alagamentos, mas nos meses de março e abril não tem jeito, até às ruas ficam debaixo d'água, por esse motivo a cidade é conhecida como "veneza marajoara".

Em muitos lugares, enchente é sinônimo de tragédia, mas em Afuá é diferente, lá não causa medo, desespero e nem destruição, muito pelo contrário, traz alegria para a cidade, as crianças, jovens e idosos se divertem .Todos sabem que depois de 2 ou 3 horas o nível da água vai baixar, por isso o povo tenta se divertir ao máximo. Os afuaenses e visitantes aproveitam o momento para passear pela cidade, fotografar o fenômeno, tomar banho de rio e até banhar-se em cima das ruas. Em alguns pontos da cidade a água chegou a subir quase um metro acima da rua.

Moradores tomando banho em cima da rua, na orla da cidade.

Moradores tomando banho no aeroporto. Neste local o nível da água subiu quase um metro.

A água alaga algumas casas, mas o afuaense convive sem muitos transtornos com isso. Essa situação já rendeu muitas histórias, dizem alguns moradores que em Afuá as pessoas morrem duas vezes, a primeira é a "morte morrida e a segunda é por afogamento", pois o cemitério também fica debaixo d'água.

Cemitério também vai pro fundo. Em Afuá se morre duas vezes.

Essa situação é inusitada para a maioria das pessoas, mas normal para quem mora na cidade. Este fenômeno pode ser considerado um atrativo turístico, pois enchente acontece em varias cidades, mas com essas características de ser algo divertido só ocorre em Afuá.

O Lançante somado às peculiaridades da cidade, produz um fenômeno inusitado e inesquecível pra quem observa. É quase indescritível a sensação de "caminhar e pedalar sobre as águas".




















Dá até pra navegar com pequenas embarcações no aeroporto.


Fotos: Jota Barbosa

quarta-feira, 26 de abril de 2017

IBAMA E PREFEITURA REALIZAM SOLTURA DE QUELÔNIOS EM AFUÁ


A iniciativa visa garantir a preservação da espécie, repovoando rios e lagos da região


Centenas de filhotes de tartarugas da Amazônia foram devolvidos a natureza na tarde de sábado (22), por meio do projeto “Quelônios da Amazônia”. O projeto é desenvolvido pelo Instituto de Meio Ambiente (Ibama) do Amapá em parceria com a Prefeitura de Afuá e Secretaria de Meio Ambiente de Afuá (SEMAMB). A soltura de quelônios no município tem como principal meta o repovoamento de áreas para a recomposição dos estoques naturais.

O evento contou com a participação de professores e alunos da rede municipal de ensino, e a comunidade em geral e é realizado no mês de abril, na Ilha dos Camaleões, localizada na cidade de Afuá, no Pará. O local serve como área de reprodução da espécie.



O projeto visa conscientizar a comunidade do município sobre a importância da conservação das tartarugas no local de origem, que correm risco de extinção

A espécie é ameaçada devido a ação do homem, que retira os ovos para consumir ou comercializar, comprometendo a reprodução da espécie.



Projeto

O projeto iniciou em 1985 por meio do Termo de Cooperação firmado entre o Ibama Amapá e a Prefeitura de Afuá. O objetivo é preservar as tartarugas da Amazônia, desenvolvendo atividades de conservação nos estados da região Norte.

As etapas do projeto abrangem proteção, manejo e monitoramento dos sítios de alimentação e desovas, acompanhamento do período de incubação até o nascimento dos filhotes, que posteriormente são devolvidos à natureza.

Em mais de 30 anos de projeto, mais de 1 milhão de filhotes de quelônios foram devolvidos a natureza.











Fotos: Jota Barbosa

segunda-feira, 17 de abril de 2017

ESPETÁCULO DA PAIXÃO DE CRISTO É ENCENADO EM AFUÁ

Cidade de forte tradição católica, Afuá apresentou na noite de sexta-feira o espetáculo da Paixão de Cristo. Foto: Maycon Nunes

A encenação teatral da Paixão de Cristo é um espetáculo tradicional da sexta-feira da Semana Santa, realizada em Afuá pelo Setor Juventude Paroquial, da paróquia de Afuá. A peça é realizada há 18 anos, tendo sua primeira encenação em 1998 ainda dentro da igreja.

O drama sobre a Paixão de Cristo foi encenada na quadra de esportes da cidade, que na sexta-feira santa se transformou em um grande teatro ao ar livre, nas margens do rio Afuá.

A peça

Os ensaios para o espetáculo “Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo”, começaram no dia 07 de março. A peça teatral contou com 150 atores e figurantes e a participação direta e indireta de 250 pessoas.

A peça foi dividida em atos, que contaram momentos importantes da vida de Jesus, a encenação começa com o batismo de Jesus e se encerra com a morte e ressurreição de Cristo. Foi iniciada às 20h, e teve duração de três horas.

A flagelação é uma das cenas mais emocionantes do espetáculo, que impressiona a plateia diante da beleza e originalidade numa reprodução de luzes, efeitos especiais com fumaça e sons que ecoam no ambiente

flagelação de Jesus. Foto: Maycon Nunes

Raylan Lima interpreta Jesus. Foto: Maycon Nunes

O cenário e o elenco é grandioso. Tinha capim, cerragem de madeira e árvores de verdade, havia pedras feitas de barro, lago artificial, um grandioso palco e réplicas de palácios e templos de Jerusalém. A peça da Paixão de Cristo se desenrolou em um espaço cenográfico de centenas de metros quadrados e com arquibancadas para melhor acomodar os espectadores.



Julgamento de Jesus

A atuação, o figurino e a maquiagem dos atores também chamaram a atenção do público.
Os cenários arrebatam os olhos e, junto com o empenho de dezenas de figurantes e atores, nos fazem reviver os últimos momentos do Salvador.

Multidão acompanhando o julgamento de Jesus. Foto: Renato Araújo

Entre um ato e outro, a multidão emocionada, observava atentamente a interpretação dos atores, se pôde sentir e viver o drama da Paixão, transportando-se à época de Cristo e revivendo sua saga.

Foto: Renato Araújo

Alice Monte interpreta Maria. Foto: Maycon Nunes

Jesus não suporta o peso da cruz e cai.

A Ressurreição mostra a grandeza do espetáculo e o momento de fé que acompanha o público na volta pra casa.

A encenação, que é uma das maiores da ilha de marajó, atrai a presença de muitos turistas, cujo número aumenta a cada ano. Segundo a coordenação da peça, o espetáculo reuniu público de quase 5 mil pessoas.


Público lota as arquibancadas para assistir a encenação.




Jesus crucificado. Foto: Renato Araújo